domingo, 3 de julho de 2011

Cidade do Oeste

O pensamento corre livre como um escravo fugindo para o quilombo com sensação de liberdade, nada ele teme nem ao olhar serio do dono do bar que o vigia para saber se esta a prestar um bom serviço aos clientes.
Toca afoitamente o seu piano, como se estivesse com um revolver na cabeça e teria apenas mais cinco minutos para encerrar o recital.
Esperando o meio-dia e o fim de mais um expediente, o relógio da igreja dá o aviso e os dois bêbados saem à rua para duelar quem viver detém a posse de Consuelo, mexicana olhos brilhante como perolas negras.
O duelo é interrompido pelo xerife que leva os dois a cadeia, em sua cidade não é mais permitida os duelos.
E sobre o pianista, chega a tão esperada hora bate o ponto, e corre para esperar a diligência puxa do bolso os cinco dólares, suado dinheiro sova rapidamente o troco, 10 minutos depois chega o transporte, sobe rapidamente coloca seu fone de ouvido escolhe uma clássica de Johnny Cash. 
Ao seu lado conversa com um velho amigo, criaram-se juntos na cidade só que ele foi para a capital lecionar direito, tornou-se advogado um dos melhores, o mais requisitado. Ele estava a passeio na cidade visitando os seus pais, fazendeiros da região.
Certo momento a diligência, freia cai o velho que a guiava três homens a frente era possível avistar somente os olhos dos bandidos que logo quebram a porta anunciam o assalto, pedem para que nenhum se faça de herói a qualquer custo disparam sem pensar duas vezes o que resta aos dois amigos é entregar os pertences, porém não podiam imaginar que o xerife e dois de seus encarregados estavam passando a cavalo notaram algo estranho e começa a troca de tiros que termina com a rendição dos meliantes, somente dois deles, pois o líder não se rendeu levados para a cidade e julgados no meio dia seguinte.

Depois do susto, tudo volta ao normal, aliviados por ter sido feito a justiça voltam a conversar os dois que logo chegam à casa de Pablo o pianista, que convida Juan para ficar para a janta, comida simples, mas bem feita conversam até a madrugada.
Lembram das pirraças de quando eram pequenos, a seca naquele verão e ainda mais a partida de Juan para a capital o essencial é que mesmo que o tempo tenha passado a amizade continua.
De manha Juan foi até a estação, embarcou na locomotiva e voltou a capital, muito serviço o aguardava, seus argumentos eram os melhores por isso nunca perdeu um único caso, lamentava ter que voltar pois gostava do seu antigo lar mas seu emprego era a peça fundamental para um dia voltar e permanecer no convívio de seus familiares, entretanto vai ter que convencer a mulher e os três filhos a ir em direção ao interior.
Os pequenos gostavam da comodidade do lugar, certamente teria de ser muito persuasivo, pois sabe como é deixar os amigos e partir para um local diferente de tudo o que tinha em mãos.

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