sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Com um distintivo e revolver.

Alcançaram- me um distintivo e também um revolver, apontaram a direção os mais covardes temiam que eu não voltasse vivo murmuravam que aquela terra não tinha dono nem lei.
O tabelião disse alto e esperançoso pise firme e seja o herói!
O que um pobre cristão mirado por olhos precisos faria?
Só me restou começar a limpeza, o vigário estava feliz nunca viu seu cemitério tão cheio de ladrões que por meu mérito estavam derrotados. Resistiram os assaltantes de banco no primeiro dia, no segundo estavam liquidados, no segundo pediram rendição ofereceram todo dinheiro e até a velha mina que foi invadida, não houve pacto liquidei-os sem perdão pela madrugada daquele 3 de outubro de 1824.
Os jornais estampavam o sangrento confronto, os tipógrafos venderam como água o acontecido, não demorou muito para correr todos os cantos do estado.
O tempo de prejuízos do John dono do saloon havia acabado, aquelas terras por mais nervosas que anteriormente eram conhecidas, agora estavam quietas como a madrugada.
Mas o que me deixava inquieto era ate quando o tempo de paz ia durar dois dias mais tarde o tabelião me mandou cinco ajudantes, armas novas e cavalos.
Fui condecorado pelo governador, fizeram cerimônia e tudo mais era tido como herói, pois dez xerifes anteriormente não completaram a missão, seria a sorte ou incisão que tenho em meus olhos que nada temem nem ao menos o mais bravo apache, depois de vencido seu povo voltou para o outro lado da margem do rio, sem resistir retiraram-se.

domingo, 3 de julho de 2011

Cidade do Oeste

O pensamento corre livre como um escravo fugindo para o quilombo com sensação de liberdade, nada ele teme nem ao olhar serio do dono do bar que o vigia para saber se esta a prestar um bom serviço aos clientes.
Toca afoitamente o seu piano, como se estivesse com um revolver na cabeça e teria apenas mais cinco minutos para encerrar o recital.
Esperando o meio-dia e o fim de mais um expediente, o relógio da igreja dá o aviso e os dois bêbados saem à rua para duelar quem viver detém a posse de Consuelo, mexicana olhos brilhante como perolas negras.
O duelo é interrompido pelo xerife que leva os dois a cadeia, em sua cidade não é mais permitida os duelos.
E sobre o pianista, chega a tão esperada hora bate o ponto, e corre para esperar a diligência puxa do bolso os cinco dólares, suado dinheiro sova rapidamente o troco, 10 minutos depois chega o transporte, sobe rapidamente coloca seu fone de ouvido escolhe uma clássica de Johnny Cash. 
Ao seu lado conversa com um velho amigo, criaram-se juntos na cidade só que ele foi para a capital lecionar direito, tornou-se advogado um dos melhores, o mais requisitado. Ele estava a passeio na cidade visitando os seus pais, fazendeiros da região.
Certo momento a diligência, freia cai o velho que a guiava três homens a frente era possível avistar somente os olhos dos bandidos que logo quebram a porta anunciam o assalto, pedem para que nenhum se faça de herói a qualquer custo disparam sem pensar duas vezes o que resta aos dois amigos é entregar os pertences, porém não podiam imaginar que o xerife e dois de seus encarregados estavam passando a cavalo notaram algo estranho e começa a troca de tiros que termina com a rendição dos meliantes, somente dois deles, pois o líder não se rendeu levados para a cidade e julgados no meio dia seguinte.

Depois do susto, tudo volta ao normal, aliviados por ter sido feito a justiça voltam a conversar os dois que logo chegam à casa de Pablo o pianista, que convida Juan para ficar para a janta, comida simples, mas bem feita conversam até a madrugada.
Lembram das pirraças de quando eram pequenos, a seca naquele verão e ainda mais a partida de Juan para a capital o essencial é que mesmo que o tempo tenha passado a amizade continua.
De manha Juan foi até a estação, embarcou na locomotiva e voltou a capital, muito serviço o aguardava, seus argumentos eram os melhores por isso nunca perdeu um único caso, lamentava ter que voltar pois gostava do seu antigo lar mas seu emprego era a peça fundamental para um dia voltar e permanecer no convívio de seus familiares, entretanto vai ter que convencer a mulher e os três filhos a ir em direção ao interior.
Os pequenos gostavam da comodidade do lugar, certamente teria de ser muito persuasivo, pois sabe como é deixar os amigos e partir para um local diferente de tudo o que tinha em mãos.

Não há mais tempo...

Sentado em sua cadeira de balanço, lembra-se da vida serena que sempre teve dias atrás os netos o visitaram, àquelas horas poderiam durar dias, pois não se cansa de contar as historias de quando serviu a pátria o ano no quartel relata com orgulho daquele tempo.
Ainda mais das saídas a mar aberto da pescaria com os camaradas, um a um foram partindo, impossível não sentir-se sozinho.
A companhia da esposa por sinal representava muito, mas era com os amigos que jogava pôquer até altas horas, bebendo e fumando as piadas, tudo isso fazia muita falta ao seu dia-a-dia. Atualmente ele estava acostumado com a casa vazia, a sala com as luzes apagadas, sentia falta até da chuva no inicio de novembro.
Os filhos cresceram e se casaram, visitavam todo o fim de semana, mas não é a mesma coisa que o convívio diariamente. Não tinha mais o pequeno Pedro para xingar ou até mesmo aconselhar sobre o que fazer sobre aquela menina do colégio por quem estava interessado.
O ombro velho não consolava mais a filha Julia, quando seu primeiro namorado terminou o relacionamento. As palavras prestadas acalmavam as lagrimas e o nervosismo da menina que em pouco tempo se tornou mulher madura com idéia feita e bem posicionada.
Hoje sabe que o tempo chegou que as expressões em seu resto permanecem o que se deve fazer é aproveitar os almoços e passeios com os filhos e netos, pois o tempo agora é escasso os minutos voam não se tem força para segurar os ponteiros, tanto porque os braços cansados dos anos de trabalho já se deram por vencidos.
Resta colocar uma musica na vitrola convidar Sofia para dançar, porém não ir muito além. Horas mais tarde buscar um livro na biblioteca sentar ao entardecer, virar as paginas calmamente e muito cuidado para não cochilar, pois o sono vem de manso e logo toma conta.
É preciso não perguntar-se até quando irá agüentar essa rotina tão monótona porque o agito foi se perdendo com o tempo, tomará que não tenha tomado nota disso, para evitar o estresse e ainda mais deixar longe os problemas de coração.
É lógico que um dia irá se deparar com a verdade, nesse instante o coração pulsa pela ultima vez, os olhos fecham-se o livro cai da mão, a canção para de tocar e o sol lança o ultimo raio em sua direção.
No dia seguinte somente os mais chegados vão ao velório filhos, netos a viúva e dois conhecidos do tempo de exercito, chegam devagar dizem algumas palavras a Maria, dizendo que Ernesto foi um dos melhores soldados que serviram com eles, o mais capacitado por isso fora logo promovido e que horas depois do falecimento já estavam sabendo do ocorrido lamentaram muito era um dos poucos que ainda estava vivo, contudo resistirá bravamente aos problemas de coração que viam de muito tempo, pelo vicio do cigarro comprometeu o pulmão direito não havia mais nada a ser feito era uma corrida contra o tempo, e o tempo se esgotou.

O pequeno trovão

Deu um segundo nome ao pequeno de trovão, talvez por ser o mais rápido entre os outros e mais inteligente por saber onde a caça se escondia. Além de ter resposta para tudo, muito bom de argumentos, pelos seus feitos certamente o chefe escolherá uma boa mulher para sua futura união.
Possuíam tudo a caça, frutas, água da mais limpa era um lugar bom de viver não havia briga entre as tribos cada qual tinha seu território, só que pouco depois houve conflito teve de reunir o conselho com todos os chefes e a decisão foi unânime combater o governo da Carolina do Norte muitos morreram, resistiram por muito tempo e as marcas ficaram famílias destroçadas, mas trovão manteve-se perdeu o chefe e assumirá seu lugar.
Uma década depois com a ajuda de um emissário inglês o chefe Moytoy de Tellico foi nomeado imperador pelos caciques das maiores aldeias dentre elas a de Trovão que engolira mais esse fardo o qual não bastava perder irmãos, o então imperador concordou em reconhecer o rei inglês Jorge II como protetor de seu povo.
Houve uma unificação entre as tribos logo no começo do século decretado pelo Moytoy, mas não tinha tanto poder em mãos sobre a nação cherokee, mas logo a titularidade se perdeu na linhagem de Moytoy.
E com a Guerra da independencia, Trovão acompanhado de sua mulher Lua Cheia e filhos além de outros milhares de indigenas tiveram que abandonar seu territorio para logo habitar o outro lado do Rio Mississípi, agora estava claro aos olhos negros de trovão que não podiam impedir o avanço do homem branco e mesmo com toda sua capacidade haveria de se conformar com o pouco que sobrará para os seus....